quarta-feira, 8 de abril de 2009

Despedida

Em homenagem a esta grande e imortal poetisa, Cecília Meireles...
Acho que os professores deviam explorar mais o ensino do português através da literatura, assim, os alunos estariam adquirindo conhecimento da língua pátria, enquanto ampliam, também, a linguagem da alma...




Por mim e por vós, e por mais aquilo que está
Onde as outras coisas nunca estão,
Deixo o mar bravo e o céu tranqüilo:
Quero solidão
.
Meu caminho é sem marcos nem paisagens.
E como o conheces? - me perguntarão. -
Por não ter palavras, por não ter imagens.
Nenhum inimigo e nenhum irmão.
.
Que procuras? Tudo.
Que desejas? - Nada.
Viajo sozinha com o meu coração.
Não ando perdida, mas desencontrada.
Levo o meu rumo na minha mão.
.
A memória voou da minha fronte.
Voou meu amor, minha imaginação...
Talvez eu morra antes do horizonte.
Memória, amor e o resto onde estarão?
.
Deixo aqui meu corpo, entre o sol e a terra.
(Beijo-te, corpo meu, todo desilusão!
Estandarte triste de uma estranha guerra...)
Quero solidão.
.

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