domingo, 28 de setembro de 2008




Clarice Lispector

"...Que minha solidão me sirva de companhia. Que eu tenha a coragem de me enfrentar. Que eu saiba ficar com o nada e, mesmo assim, me sentir como se estivesse plena de tudo." Clarice Lispector


Clarice Lispector

Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato... Ou toca, ou não toca.Clarice Lispector

sábado, 27 de setembro de 2008
Ontem tentava recordar o nome de um livro com o qual estudei nas primeiras séries. Não me lembro bem das histórias, mas lembro dos sentimentos que inspirava em mim. O Burrinho Alpinista. Um burrinho que escala uma montanha, curioso para saber o que há do outro lado. Uma das tantas poesias da minha infância. Quão surpresa fiquei ao descobrir por aí, na net, blogueando, que não foi só em mim que deixou boas lembranças. Encontrei registros deste livro como parte das boas recordações de muita gente “bonita”. E senti-me em casa... E à vontade para falar sobre o assunto aqui no blog. Então, pedindo licença para a Kaká, do blog ...Enquanto houver ar e chão... lanço aqui os meus perfumes, aqueles que o tempo não gastou.
Meus cheiros de planta germinando:
O Burrinho Alpinista
Zezinho, O Dono da Porquinha Preta
Reinações de Narizinho
Barba-Papas(desenho animado)
Manda-chuva(desenho animado)
O Sítio do Pica-Pau Amarelo
Os Saltimbancos Trapalhões
Balão Mágico
Boneca Susi
Meus cheiros de plantação crescendo:
Luciana Saudade
Pollyana
Pollyana Moça
Éramos seis
O Feijão e o Sonho
Meu Pé de Laranja Lima
O Pequeno Príncipe
Meus cheiros de árvore, de fruta e de flor:
Esses estão em permanente elaboração. Uma alquimia que não controlo mais... Já controlei, mas não quero mais castrar minhas possibilidades.
As essências que uso para criar meus diferentes aromas, compõem-se de vários ingredientes, colhidos durante minha fase de germinar e crescer. São eles:
A música que tocava na igreja da minha cidade natal- Foi Deus quem fez você
O cheiro da chuva
Minha personagem em A Dama da Madrugada
O gosto da comida da minha avó
O cheiro da casa da Dona Zilda
A luz entrando pelas frestas do teto ao amanhecer
A delícia de tomar café da manhã sentada na beirada do fogão a lenha
O toque do pijama de flanela
A esperança do natal
O desejo pela boneca Beijoca
O som da voz de meu avô
O conforto de ainda se ter muito tempo
O encontro com meu primeiro amor
As borboletas em meu estômago
A poesia nas músicas do Legião Urbana
Clarice Lispector
Cecília Meireles
Fernando Pessoa
Drumond
Meus sonhos
Meus tropeços
Meus rascunhos
Minha busca pela Paz...
Meus recomeços...
Então, nessa viagem infinita que é meu existir, abro um parênteses. Deixo o ofuscamento do sol de meio dia, que me obriga a ser comum, me esconde a poesia, e peço:
sexta-feira, 26 de setembro de 2008
Puedo escribir los versos más tristes esta noche
Escribir, por ejemplo: “La noche está estrellada,
Escrever, por exemplo: “a noite está estrelada,
y tiritan, azules, los astros, a lo lejos”.
e tiritam, azuis, os astros, na distância”.
El viento de la noche gira en el cielo y canta.
O vento da noite gira no céu e canta
Puedo escribir los versos más tristes esta noche.
Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Yo la quise, y a veces ella también mi quiso.
Eu a quis, e ela, às vezes, , também a mim.
En las noches como ésta la tuve entre mis brazos.
Em noites como esta a tive entre meus braços
La besé tantas veces bajo el cielo infinito.
A beijei tantas vezes debaixo do céu infinito
Ella me quiso, a veces yo también la queria.
Ela me quis, como algumas vezes eu também a ela
Cómo no haber amado sus grandes ojos fijos.
Como não ter amado seus grandes olhos fixos
Puedo escribir los versos más tristes esta noche.
Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Pensar que no la tengo. Sentir que la he perdido.
Pensar que não a tenho. Sentir que a perdi.
Oír la noche inmensa, más inmensa sin ella.
Ouvir a noite imensa, mais imensa sem ela
Y el verso cae al alma como al pasto el rocio.
E o verso cai na alma como o sereno no pasto
Qué importa que mi amor no pudiera guardala.
Que importa que meu amor não pôde mantê-la comigo
La noche está estrellada y ella no está conmigo.
A noite está estrelada e ela não está comigo
Eso es todo. A lo lejos alguien canta. A lo lejos.
Isso é tudo. Alguém canta lá longe. Muito longe
Mi alma no se contenta com haberla perdido.
Minha alma não se conforma por tê-la perdido
Como para acercala mi mirada la busca.
Como para aproximá-la, meu olhar busca por ela
Mi corazón la busca, y ella no está conmigo.
Meu coração busca por ela, e ela não está comigo
La misma noche que hace blanquear los mismos árboles.
A mesma noite que faz branquear as mesmas árvores.
Nosotros, los de entonces, ya no somos los mismos.
Nós, os daquela época, não somos mais os mesmos.
Ya no la quiero, es cierto, pero cuánto la quise.
Já não a amo, é certo, mas quanto a quis.
Mi voz buscaba el viento para tocar su oído.
Minha voz buscava o vento para tocar seu ouvido
De otro. Será de otro. Como antes de mis besos.
De outro. Será de outro. Como antes dos meus beijos
Su voz, su cuerpo claro. Sus ojos infinitos.
Sua voz, seu corpo claro. Seus olhos infinitos
Ya no la quiero, es cierto, pero tal vez la quiero.
Já não a amo, é certo, mas talvez ainda a ame.
Es tan corto el amor, y es tan largo el olvido.
É tão curto o amor, e tão longo o esquecimento
Porque en noches como ésta la tuve entre mis brazos,
Porque em noites como esta a tive em meus braços,
mi alma no se contenta com haberla perdido.
minha alma não se conforma por tê-la perdido
Aunque éste sea el último dolor que ella me causa,
ainda que esta seja a última dor que ela me causa
Y éstos sean los últimos versos que yo le escribo.
E estes sejam os últimos versos que lhe escrevo.
quinta-feira, 25 de setembro de 2008
"Quero uma verdade inventada"

Hoje estou em estado de anestesia. Algum sonho ruim ou minha intuição, alertando-me, outra vez... Não sei. O problema é que este estado me faz entrar pra dentro de mim(como se fosse possível mais) e aí... recomeço minha faxina.
Hoje dói uma saudade. Saudade daquelas que a gente, na entrega ao destino cruel, acha que não vai mais sentir. Penso o quanto estou desprendida, há muito não tenho raízes. Sinto falta de um braço, um rumo certo, certo rumo. Encontrei olhos, encontrei almas, mas não encontrei, em nenhum deles, a minha calma. É preciso que já se tenha vivido um pouco do que vivi. É preciso que não se abra mão de ser gente. E por aí há gente. Feliz, só, rica, miserável, por aí há gente que nem imagina a vida silenciosa por detrás dos pensamentos. Gente que nunca escutou o barulho de seus sentimentos. A vida corre e eu estou na beira do caminho, observando. Mas o tempo cresce criminosamente. Meus rascunhos já se apagam, pois estão em grafite, no papel, esperando acontecer. Se existe destino, eu quero o acaso a surpreender-me. Se existe recompensa, serei boa aluna. Se existe outra vida, eu quero o encontro. Se existe o céu, eu quero a paz. E na rotina morta dos meus dias, eu quero aquela fala firme, aquela força azul, aqueles olhos. Na rotina morta dos meus dias, eu “quero uma verdade inventada.” Lílian Baroni
terça-feira, 23 de setembro de 2008
Você sabe o que é cativar?
Esse vídeo não é qualquer coisa. Simplesmente rendo-me a quem o editou, pois foi capaz de captar o melhor deste livro. O Pequeno Príncipe é um clássico da literatura que, de tão conhecido, pode parecer "comum" demais. Convido-os a fazer uma releitura deste clássico, através de um de seus mais belos diálogos. Nunca me canso de buscar esse vídeo. E, toda vez, me emociono como se fosse a primeira. Sutil, leva nossa emoção delicadamente, fazendo-nos reviver conceitos e necessidades há muito esquecidas...
Então, não assista,
Sinta...
Sobre o amor e a paixão...

segunda-feira, 22 de setembro de 2008
Renascer

Eu não posso florescer se não tiver uma raiz plantada. Se não puder me alimentar da força da vida. Não sei onde nasce, para onde vai esse rio que a todos carrega. Às vezes fecho os olhos e vários quadros pintam-se à minha vista. Aquarelas que representam o que fui e o que quis ser. O sol iluminando caminhos, sorriso revelando intenções. Não vou me enganar. As palavras, trancadas, prendem-me a idéias, riscos.Vou querer descobrir o outro lado: entregar-me ao frio e ao escuro para, então, renascer luz.
Autoria : Lílian Baroni
Minha eternidade
Meu corpo cede à ilusão.
domingo, 21 de setembro de 2008
Eu, você e a praça
Só que tinha a praça. A nossa praça. Das nossas histórias malucas, de você tímido querendo dizer mil coisas. Eu, presa em teus olhos e dizendo que você não precisava dizer nada, enquanto era necessário ouvir tudo. As confusões confessas. Confissões confusas. Os “não vai”, “fica mais”, “me dá um abraço”. As ligações que serviam para extravasar a mudez. O “presta atenção, eu só me sinto bem assim com você”. E depois, desencontros. Escassez. E o tempo dando conta de tudo. Cuidando de mim. Fazendo bem a você. Lembranças leves. A praça sempre me mostrava o nós. Amenizava saudades. Tem um pouco de você e eu, ali.
- Título, inspiração e trechos por conta da harmonia de Zeca Baleiro.
- Por Aya, do blog Deixa eu brincar de ser feliz
Dói essa vontade...

“Quando me amei de verdade comecei a me livrar de tudo que não fosse saudável... Pessoas, tarefas, tudo e qualquer coisa que me pusesse para baixo. De início minha razão chamou essa atitude de egoísmo.Hoje sei que se chama... Amor-próprio.Quando me amei de verdade, deixei de temer o meu tempo livre e desisti de fazer grandes planos, abandonei os projetos megalômanos de futuro.Hoje faço o que acho certo, o que gosto, quando quero e no meu próprio ritmo.Hoje sei que isso é... Simplicidade.Quando me amei de verdade, desisti de querer sempre ter razão e, com isso, errei muitas menos vezes.Hoje descobri a... Humildade.Quando me amei de verdade, desisti de ficar revivendo o passado e de preocupar com o futuro. Agora, me mantenho no presente, que é onde a vida acontece.Hoje vivo um dia de cada vez. Isso é... Plenitude.Quando me amei de verdade, percebi que minha mente pode me atormentar e me decepcionar. Mas quando a coloco a serviço do meu coração, ela se torna uma grande e valiosa aliada.Tudo isso é... Saber viver!!!Charles Chaplin

“...O dia está na minha frente esperando para ser o que eu quiser. E aqui estou eu, o escultor que pode dar forma. Tudo depende só de mim.”
Charles Chaplin


“A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos.Charles Chaplin

"Cada pessoa que passa em nossa vida, passa sozinha, é porque cada pessoa é única e nenhuma substitui a outra! Cada pessoa que passa em nossa vida passa sozinha e não nos deixa só porque deixa um pouco de si e leva um pouquinho de nós. Essa é a mais bela responsabilidade da vida e a prova de que as pessoas não se encontram por acaso".Charles Chaplin
sexta-feira, 19 de setembro de 2008
quinta-feira, 18 de setembro de 2008
Beleza
Quando deixa de negar sua fealdade, você também deixa de negar sua beleza.
Existe muita beleza em cada pessoa que está livre. Você de fato manifesta a beleza que nega totalmente, que desconhece e que deixa de perceber e de experimentar! E não me refiro apenas à beleza potencial, ainda por desenvolver; refiro-me à beleza que existe efetivamente.
Você pode pensar sobre isso e rezar para ver essa beleza em você mesmo, do mesmo modo que reza para ver sua fealdade. Quando puder perceber ambas, não apenas uma, com exclusão da outra, você terá dado um passo fundamental na direção de uma percepção realista da vida e de você mesmo que lhe possibilitará integrar aquilo que agora o divide.
Sempre prestando atenção à sua própria beleza e fealdade, você também verá ambos os lados nos outros. Você tende a rejeitar e a negar completamente as pessoas cuja destrutividade você percebe, e reage a elas exatamente do mesmo modo como age com você mesmo. Ou você reage emocionalmente à bondade e à beleza interior dessas pessoas, ao mesmo tempo que irrealisticamente faz vista grossa ao seu lado feio. Você ainda não consegue captar a presença da dualidade em você mesmo, e consequentemente não pode tampouco nos outros. Isso cria contínuos conflitos e lutas. Essa disposição e falta de consciência fazem com que você negue e paralise o processo criador em si. Somente aceitando a dualidade é que você pode realmente transcendê-la.
Autoria: Eva Pierrakos
Livro: O Caminho da Autotransformação
Texto publicado no blog Tulipas- A dança da vida-UOL blogs
quarta-feira, 17 de setembro de 2008
O peso da neblina
Lílian Baroni
Segredo
Há tantos anos,
Tantas vidas,
Guardando o teu rosto e a tua voz
O teu cheiro e o teu gosto...
Há tanto tempo
Esperando...
O barulho do teu silêncio
A me olhar a alma
A desfolhar com calma
Cada véu de medo
Cada porta com segredo
Até chegar, enfim
No doce do doce
Que teu encanto deixou em mim...
Autoria: Lílian Baroni
Morrer em Brasas

Mensagem para você!
O que pode ser melhor, na vida, do que alimentar nossa alma...
Vídeo retirado do YOUTUBE.
terça-feira, 16 de setembro de 2008
Eu por mim mesma

Por tudo o que não pude dizer, deixei-me calar. Empobreci meu infinito, suplicante de expressão. Meu ser, às vezes não é. Faz-me mistério, ameaça romper promessas, desejos. E o sempre é meu desejo. Minha ânsia, minha calma. Navios que não naufragam, nuvens que não se tingem de cinza. Sempre, simples e volátil. Provocando o destino herdado, criando seus cronômetros incomuns.